post de carnaval

Cleber Eduardo adorava o Carnaval.
Via naquele feriado a desculpa perfeita para se embriagar com seus amigos e
sair por aí catando qualquer mulher que aparecia em sua frente.
Não se fantasiava; bastavam alguns goles para que perdesse qualquer pudor.
Transava com mulatas, beijavas desconhecidas e pedia pra uma jovem uma chupadinha num beco escuro.
Não sabia sambar, mas passava horas batendo punheta na frente das garotas semi-nuas no desfile da televisão.
Cleber adorava o Carnaval.
Odiava agora a manhã de quarta-feira e o restante de seus dias marcados.

nem adianta

tu sair correndo pro banheiro, e tentar lavar a mão.
Muito menos trancar a porta de casa e fingir que o mundo lá fora não vai te afetar.
Fica mudando, como se isso fosse adiantar.
Nem um novo endereço de e-mail vai fazer alguma mudança.
Tu deixa suas manchas de sangue em tudo que toca.
Na sua camisetinha importada,
no seu dinheiro sujo,
na comida que põe na boca.
A merda já foi feita e agora a única coisa a fazer é ver o sangue escorrer pela sua mão.